A maldita Friend Zone

A não ser que você tenha vivido durante os últimos anos dentro de uma caverna, se alimentando de morcegos e bebendo a própria urina, você saberá o que significa o termo FRIEND ZONE.

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Friendzone (vou digitar tudo junto porque tá um saco escrever as palavras em separado) é um tipo de situação em que uma pessoa (você, é claro) deseja ter um relacionamento romântico com outra que só deseja a sua amizade. Esse termo foi usado pela primeira vez no seriado americano Friends, quando em um episódio Joey fala pro Ross que ele estava na Friendzone, pois Rachel não correspondia ao que ele sentia por ela.

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TODOS (eu, você e o resto do universo em expansão) já habitamos a friendzone alguma vez na vida. Alguns várias vezes. Outros, até hoje. É o tipo de situação onde, por exemplo, você gosta demais de uma menina e ela corresponde somente a sua amizade, retribuindo o carinho que você investe. O único problema é que é apenas uma amizade para ela. Ou seja, você está condenado a permanecer eternamente na “zona da amizade” dela. Pra piorar e bagaçar mais ainda esse tipo de coisa, não é incomum o cidadão, na angústia de quem não é correspondido, decidir partir para o “tudo ou nada” com a garota. Aí o cara se declara expondo a si e à senhorita, geralmente da forma mais ridícula possível.

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Jogou verde e colheu podre.

Termos como “amizade eterna”, “Best friend”, “friends forever”, “migaumzaum”, “eu amo a sua amizade” e outras idiotices caracterizam bem o cara da friendzone. Ele é uma figura bem típica que, esperando ficar com a garota faz todo o tipo de coisas por ela, se sujeitando a tudo para agradá-la: escuta repetitivamente os problemas dela, por horas ao telefone; vai com ela a todos os lugares que ela chama e faz tudo o que ela pede. Mas esse é apenas o nível 1 da friendzone. 

Apesar de ter ido pro tudo ou nada, ao menos ele foi sincero.

Apesar de ter ido pro tudo ou nada, ao menos ele foi sincero.

Conforme vai avançando para os níveis 2 e 3, o cidadão de amor platônico vai se menosprezando até a chegada ao fundo do poço:

No nível 2  o lazarento se submete a ações como: limpar os sapatos dela; fazer tranças nos cabelos dela; ouve os problemas dela com o namorado; sai de casa para matar uma barata ou aranha na casa dela; assiste filmes que não suportaria assistir só porque ela gosta.

No nível 3 Faz a unhas dela; liga para o namorado dela para tentar resolver os problemas dela; ajuda ela a conseguir namorar um outro cara; faz uma tatuagem igual a dela, escrito “Best Friends Forever” ou com o nome dela.

MAS existe ainda o nível “Ultimate friendzone”, que é quando a garota se aproveita da situação, sabendo o que você sente por ela e te explora intencionalmente. Quando você escuta coisas do tipo: “Você é tão incrivel… eu gostaria de achar alguém como você”, é porque você está ferrado – pois acaba de entrar na linha do nível “Ultimate”. Já vi na internet um cara que aceitou usar uma aliança de amizade, sob o nome de “friendship engagement” ou algo bizarro como “noivado de amizade”, ou sei lá. Pataqueopariu.

Noivado de amizade?

Noivado de amizade?

O maior problema da friendzone é que se trata de uma situação onde a garota tem os benefícios de um namoro, sem ter que namorar. O cara banca o “FOFO”, o “bonzinho demais” (leia-se trouxa) e o irmão assexuado dela. Tudo ao mesmo tempo. E, sinceramente, não existe ninguém mais que exerça esse papel no mundo. Não é incomum a menina namorar um cara que menospreza ela, mas por quem ela sente atração. Aí vem o “best friend”: as qualidades que faltam no imbecil e que fazem falta pra ela, o cara da friendzone vai pateticamente supri-la sentimentalmente.

Era pro cachorrinho parecer fofo. Mas ficou idiota. Eis o fofo idiota.

Exemplo: era pro cachorrinho parecer fofo. Mas ficou idiota. Eis o fofo idiota.

“Mas, e aí Rick, você já esteve na Frienzone?”, você deve estar se perguntando. Já estive um bocado de vezes, na adolescência mas, Graças a Deus, só até o nível 2. E já bastou para ser um completo inferno em todas as vezes. Fico imaginando o autodesprezo megalomaníaco que um cidadão chega para atingir os níveis 3 e ultimate.

Mas como sair da Friendzone?

Não sou conselheiro amoroso de ninguém, mas, na minha opinião, a melhor forma de sair da Frienzone é não entrar nela. Parece uma resposta meio sem noção (eu disse que não sou conselheiro amoroso), mas faz muito sentido. Os mais propensos a caírem na Friendzone são aqueles que têm dificuldade de se valorizar, de impor seu próprio ponto de vista, de discordar de alguém ou até mesmo de se comunicar dizendo o que pensa. Se você se encaixa em alguma dessas características, é um potencial candidato a ser um soldado da friendzone. Tente melhorar esses pontos na sua mente e tudo ficará melhor. Ninguém gosta de quem não gosta de si mesmo.

Mas, e se o cara já estiver dentro? Senta e chora, rapaz. É uma probabilidade de 1 em 1.000²³¹ de você se dar bem ou, ao menos, sair dessa ileso. Mas há alguns que conseguem:

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Ah, e também já vi um maluco que, indignado de tanta friendzone que já levou na cara, resolveu vingar o sangue derramado por muitos em batalha:

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Cara, friendzone é uma das coisas da vida que te fazem admitir que nascemos também para sofrer um bocado neste mundo.

Jamais entenderei as mulheres…

Ok fuleiros.Vamos a mais um post sobre este obscuro e infindável mundo que é o universo feminino.

Se você quer ficar absurdamente confuso e sem estribeiras basta pensar em como as mulheres são unidas demais em relação a algumas coisas que os homens jamais serão. Como já disse o grande filósofo Olavo de Carvalho, quando questionado sobre como se dar bem com mulheres, em meio ao bloco de perguntas de um dos seus BlogTalks (programa na internet): “…ô Daniel, e quem é que consegue se dar bem com as mulheres? … Você não precisa entender as mulheres …a mulher não quer ser compreendida. Basta você ter amor por ela. O que ela quer é ser amada”. Sendo assim, admita – caso você também seja homem: jamais entenderá as mulheres.

Há palavras que podem nos trazer as lembranças do que resume uma mulher, tais como: vaidade, moda, roupas, brincos, avon, tpm, Paraguai, piti, shopping, cartão de credito, vida alheia, novela, etc. Mas há duas palavras que me chamam mais atenção – curiosidade e união (entre elas é claro).

Jamais as entenderei. Humpf!

Característica feminina controversa n. 1: União sem limites para o razoável

Um exemplo desse complexo e controverso universo das mulheres é algo que aconteceu com duas pessoas que conheço (ambas mulheres, é claro). Vou chamá-las de Ju e Sá. As duas exemplares do sexo feminino – e diga-se de passagem, mui amigas – queriam assistir a um filme no cinema. Combinaram dia, horário, qual a roupa, tudo e blablablá: MENOS A PORRA DO FILME. Chegaram ao maldito shopping, ávidas por qualquer título Hollywoodiano do gênero mela-cueca, onde ao fim da obra as duas pudessem, aos prantos de emoção, uma olhar para a outra e se abraçarem na certeza de que todo aquele estrogênio estava sendo exasperado oportunamente.

MAS, no local havia somente um filme disponível, de acordo com os horários compatíveis na disponibilidade das duas fêmeas. Quer saber o nome do filme? ATIVIDADE PARANORMAL 2. Uma olhou para a outra e disse:

– Ai amiga, eu tenho medo de filme de terror. Fico muito impressionada…
– Eu também. Não gosto de filmes assim – diz a outra.
– Mas eu só assisto o filme se você for comigo.
– Eu também só assisto se você for comigo.
– Ok. Então vamos!

Patacaparíu. As duas, diante de um gênero de filme que estava totalmente fora de suas expectativas e ao qual jamais assistiriam por vontade própria decidiram assisti-lo. Isso mesmo. Você não está com vista ruim. É isso mesmo que você leu. Elas decidiram assistir a porcaria do filme simplesmente porque estavam juntas. Que lindo.
Característica feminina controversa n. 2: curiosidade sem limites

Algo que também me impressiona nas muié é o fato da curiosidade feminina, digna do mais bem conceituado estudo psiquiátrico.

Bundifora!

Curiosidade pode matar, nem que seja de susto.

Antes de continuar a história das duas amigas, tente fazer o seguinte teste: diga a uma mulher que você tem uma “bomba” para contar a ela, mas que ela deve JURAR que não contará nada do que você disse a ninguém. Antes de contar, diga que vai ao banheiro ou sei lá o quê. Quando você voltar, ela vai querer saber o “segredo” mais do que tudo na vida dela. Diga então que você se esqueceu do que ia dizer. Ela começará a se empolar toda e, dentro de cinco minutos, derreterá diante de você como uma lesma que acaba de ser atacada por um punhado de sal.

Voltemos a história: Depois da Sá e a Ju saírem da seção do filme, apavoradas e com as partes de baixo borradas pelo cagaço em face ao despreparo para o terror cinematográfico, NOVAMENTE, uma olhou para a outra (lá vem merda) e disseram:

– Ai amiga, eu disse que tenho medo de filme de terror. Vou levar 1 mês pra esquecer…
– Eu também. Não gosto de filmes assim – diz a outra.
– Essa foi a parte 2 que acabamos de assistir, né?!.
– Foi. Como deve ser a parte 1?
– Puxa! Agora fiquei CURIOSA…
– Vamos alugar a parte 1 e assistir lá em casa?
– Vamos!

PATACAPARIU ² ! Foram lá e assitiram a porcaria da parte 1 do filme em casa. Nesse ponto, já acreditavam, em seu mais profundo íntimo, que a qualquer momento algum fantasma em forma de menina bizonha e vestida de pijama branco iria, ao menor vacilo cochilante delas, roubar e levar suas almas para o terror eterno.

Cadê o meu mingau?

Como as duas assitiram o filme na casa da Ju, sobrou para a Sra. Sá voltar sozinha de carro. Já com o cérebro lavado por toda aquela seção de terror, ela achava que algum espírito imundo iria entrar em alta velocidade no carro pelo escapamento e puxar o pé dela do acelerador ou sei lá o quê. O que ela fez? Ligou para a Ju e ficaram conversando por celular durante todo o percurso de volta, numa diarréia mental que só o cagaço de um filme assim proporcionaria.

Quando a Sra. Sá chegou em casa, encontrou o marido já dormindo feito um bebê depois da Funchicória. Deve ter pensado que se o infeliz estivesse acordado, um fantasma não se atreveria em importuná-la. Talvez pela feiúra do cabra ou pelo ronco dele, sei lá. Enfim, para ela, eu acabara de me tornar um talismã-repelente-de-sprítos-maus ou sei lá o quê. Ok, leitor. Nesse momento, você acaba de saber que eu sou o varão da Sra. Sá. Grandes merda. Como eu sei que o que importa ao Sr. leitor é ver o circo pegando fogo, vamos ao final da bagaça.

Por fim, após ter me acordado, praticamente me fez assinar uma nota promissória em que eu ficaria acordado até que ela dormisse. 3 minutos depois, eu já estava babando de sono e ela não.
Quando acordei para dar aquela mijada-viril-matutina (por volta das 5:40 da manhã), me deparei com a patroa, de olhos arregalados e pesados, posição fetal e em estado de espera como alguém que tivesse ficado toda a noite em vigília para não ser atacada por zumbis. Pergunto se ela havia dormido e me disse que não. Então, ela teve a idéia de ligar para a Srta. Ju que, com a voz também pálida, havia pago o mesmo preço pela curiosidade desmedida. Se tivesse acontecido entre homens, jamais isso seria admitido em público, sob o risco de ouvir comentários do tipo “…ahá, a bixinha ficou com medinho do filme de terror, é?!”. Mas estamos falando de mulheres, prezado fuleiro. Seria como dar um tiro na própria cabeça para eliminar qualquer traço de razão na tentativa de compreendê-las.

Já sem entender o que era união ou o que era curiosidade, dei descarga na privada e fui dormir pensando que nunca entenderei as mulheres.