Happy tree Friends: Fofinho e SANGUINÁRIO

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Em homenagem ao falido estereótipo sem sentido de um coelho para representar a Páscoa, mostrarei aos fuleiros um desenho que mostra vários bichinhos bonitinhos como um coelho, porém de uma forma BEM diferente…

A diferença está num desenho animado que sabe te agonizar com o sofrimento de um personagem. Happy Tree Friends (algo como “amigos felizes das árvores”) ou também conhecido como HTF, é uma série animada em 5 temporadas e 127 episódios. É relativamente antigo, com sua estréia na rede em 2000 – o que, aliás, para os efêmeros padrões da internet, é antigo bagarái.

Resumo da bagaça: bichinhos antropomórficos extremamente fofos em situações despudoradamente mortais como, desmembramento, evisceração, fraturas, tortura, decapitação e outros estilos em animações feitas com o Flash. Num primeiro momento, podem parecer inocentes e até dóceis, mas as situações em que se metem sempre culminam alguma morte trágica. Até acredito que a irreverente campanha publicitária, Dumb Ways to Die (2012),  da Companhia Metroviária da Melbourne, Austrália, teve inspiração em HTF.

 

Esse vídeo aí em cima é o Dumb Ways to Die. Bonitinho né?! Nem chega a ser politicamente incorreto. Mas o assunto aqui é HTF. Para ilustrar melhor o quanto Happy Tree Friends é brutal, segue um episódio. Esse é um dos que mais me deram agonia de ver:

 

Obviamente, nem era preciso dizer que o desenho não é pra criançada (segundo a classificação oficial, por razões extremamente óbvias, não recomendado para menores de 14 anos). Mas, sinceramente, tem episódios muito engraçados e, sanguinolência à parte, os personagens são bem balanceados e as situações fazem rir bastante. Apesar deles sempre morrerem em um episódio, no seguinte estão vivos de novo, como se nada tivesse ocorrido.

Dentre os vários personagens, vale destacar o Cuddless, que tem o comportamento mais dócil e é namorado da Giggles, o Handy, que é um castor carpinteiro com inexplicáveis mãos amputadas, o Flaky, que é um porco-espinho com caspa nos seus espinhos. O meu favorito é o Lumpy, um alce que tem um retardo de raciocínio que beira o ridículo e o Flippy, um ursinho veterano da guerra do Vietnã que, quando atormentado por algo que o faça lembrar as mazelas da violência que já presenciou no passado, se torna dramaticamente homicida.

Detalhe é que o único até hoje que já conseguiu matar o Flippy (o mais violento) foi, justamente o mais burro – o Lumpy.

Lumpy                  Flippy
O alce bobalhão Lumpy e o veterano de guerra Flippy

 

Quando vi o primeiro episódio (acho que foi em 2001), achei bem inusitado e interessante, apesar do apelo violento. Creio que a violência distribuída feito balinha em dia de cosme-e-damião em contraste com a aparente inocência e fofura dos bichinhos resultava num choque que até então na época em que foi lançado era incomum em animações tão abertas ao público. Se você quiser dar uma conferida, a série também está disponível no Netflix, apenas para os perfis de usuário adulto (é claro).